O Bule
Imergiu de minh'alma impondo-se em recordações, transcedendo os sentidos, como um sonho, com sua beleza ímpar pelo seu significado.
Não permitiu que os meus pincéis o fizesse "novo".
Como explicar? ...envolvia-me imperceptivelmente o pintar e pintando continuei a tarefa do fazer fazendo, modo contínuo de traduzir sentimentos espelhados na memória da história.
O bule sobre o fogão de lenha, o seu lugar de destaque, o mais procurado dos utensílios domésticos, distribuindo aos paladares as mais variadas interpretações degustativas. E o fogo a creptar aceso junto à chapa quente mantém o sabor do seu conteúdo aquecido.
Assim, torna-se a cozinha aconchegante, e buscamos no "Bule", o líquido negro saudável "O Café", que aquece os que sentem frio, acalma os aflitos que o sorvem devagar, digere o mal da fome, da sede, da ansiedade, da saudade, do desamor, da impiedade, em contra partida, estimula a alegria, a doçura, a coragem, a força, a beleza, a amizade, o amor e o delicioso sabor de "viver".
O líquido negro, que posso chamar de "ouro negro", "O Café" é o acalanto de nossos dias, de nossos antepassados imigrantes e o será sempre.