Setembro de 1999
Aquarela fala por si própria, indomável.
Esboçamos o que desejamos, tentamos submetê-la aos nossos desejos como queremos, mas é impossível.
Nas aguadas tranquilas e muitas vezes revoltas, algo fala mais forte, o encantamento, a paixão, a sua própria história.
Desenhamos, e nesse contexto, estruturamos como nos permite essa técnica tão regular, trabalhos quase sempre desafiantes, cujos caminhos nem sempre são os mesmos. - E é sempre como se fosse a primeira vez.- Ficamos geralmente em suspense, quase falta-nos o ar, a ansiedade e o receio falam alto, será que vai dar certo? - Continuamos nesse resfalegar não conseguimos mais parar, crescendo a expectativa de saber como vai ficar. - O finalmente nem sempre é esperado, olhamos, reviramos, com leves toques aqui e ali, e aí, relaxamos... até adquirirmos a certeza de que após essa busca espetacular, o resultado nos satisfaz, nos preenche de vida e força e de uma vontade férrea de sempre fazer mais.