A incrível história de Jeronymo Vervloet
JERONYMO VERVLOET ou JÈRÓME SEBASTIAN VERVLOET – (belga) – profissão: importador, exportador e político - casou-se em 1873 com IDA BARTH, alemã, nascida em Berlim. Após seu casamento residiu menos de dois anos no distrito de Luxemburgo, antiga colônia de Santa Leopoldina hoje atual município que leva o mesmo nome.
Em 1875 passou a residir na região denominada Timbuy, atual município de Santa Teresa – Estado do Espírito Santo – Brasil. Foi naquele recanto do Estado que Jeronymo Vervloet fundou sua empresa VERVLOET IRMÃO & CIA firma importadora e exportadora que dominou aqueles dois municípios por mais de 50 {cinqüenta} anos. Foi também nessa região que JERONYMO VERVLOET envolveu-se com política, quando foi formada a Primeira Intendência da então Vila de Santa Teresa constituída por 05 {cinco} intendentes. JERONYMO VERVLOET foi o primeiro intendente nomeado Presidente dessa Intendência – ano 1891. Exerceu o cargo de Presidente do Município de Santa Teresa por dois períodos: 22/02/1891 a 23/03/1891 – 30/01/1892 a 20/02/1892.
Como Presidente do Governo Municipal (Prefeito) exerceu o cargo em períodos alternados de 02/02/1900 a 23/05/1909, quando encerrou seu último mandato. Foi também JERONYMO VERVLOET em parceria com seu pai JOÃO JOSÉ VERVLOET e seu irmão JOÃO VERVLOET quem fundou a CIA DE NAVEGAÇÃO FLUVIAL para exploração do Rio Santa Maria interligando por via fluvial o município de Santa Leopoldina ao Porto de Vitória – capital do Estado do Espírito Santo – Brasil.
JERONYMO VERVLOET , viveu por um período de 34 anos no Município de Santa Teresa, (radicou-se em Santa Teresa no ano de 1875 e retornou para o Município de Santa Leopoldina no ano de 1909) administrando sua empresa de importação e exportação VERVLOET IRMÃO & CIA. No ano de 1901 decidiu estabelecer-se no Porto de Cachoeiro, Município de Santa Leopoldina – Espírito Santo – Brasil. Transferiu a Matriz dessa Empresa para as proximidades do Porto cujo local era mais apropriado para expansão de seus negócios, transformando a Matriz de Santa Teresa em filial.Essas mudanças ocorreram na data de 30 de junho de 1901.
De 1901 a 1909 manteve residência nessas duas cidades devido aos seus compromissos políticos, período em que revesava-se na administração da Prefeitura de Santa Teresa com Carlos Avancini. Períodos que ocupou o cargo de Presidente do Governo Municipal (Prefeito) de Santa Teresa: de 02-02-1900 a 01-06-1902 – de 01-09-1902 a 22-10-1903 e de 22-02-1904 a 23-05-1909. Após essa data radicou-se definitivamente com sua família no Porto, deixando a filial de Santa Teresa aos cuidados de seu filho primogênito: José Eugênio Vervloet, já com 24 anos de idade. Seu filho Victor Hugo Vervloet não o acompanhou. Já casado, continuou residindo em Santa Teresa. Jeronymo Vervloet prosseguiu dirigindo a Matriz assessorado por seus filhos Francisco Alfredo Vervloet e João Jeronymo Vervloet até o ano de 1913 quando veio a falecer,na data de 20 de maio de 1913,deixando por testamento a sucessão dessa Empresa para esses três filhos.
FILHOS: JOSÉ EUGÊNIO VERVLOET – único filho nascido em Luxemburgo, na data de 24/12/1873 – colônia de Santa Leopoldina – ES – Brasil. JOÃO JERONYMO VERVLOET– nascido em Santa Teresa no ano de 1877 - ES AMÉLIA IDA VERVLOET– nascida em Santa Teresa no ano de 1878 - ES VICTOR HUGO VERVLOET – nascido em Santa Teresa no ano de 1879 - ES EUGÊNIA VERVLOET– nascida em Santa Teresa no ano de 1881 - ES FRANCISCO ALFREDO VERVLOET– nascido em Santa Teresa no ano de 1882 -ES LÚCIA VERVLOET – nascida em Santa Teresa no ano de 1885 - ES IDA VERVLOET– nascida em Santa Teresa no ano de 1891 - ES CARLOTA VERVLOET– nascida em Santa Teresa no ano de 1892 – ES
A trajetória profissional de JERONYMO VERVLOET até sua morte
Após a morte de seu pai, ocorrida em 1900 e a partida de seu irmão João Vervloet para a cidade do Rio de Janeiro, Jeronymo Vervloet, em 1901, estabeleceu-se no Porto de Cachoeiro, Município de Santa Leopoldina, mantendo residência nos dois Municípios, conforme já foi dito, até o ano de 1909, quando fixou residência definitiva na cidade do Porto.
Com a Matriz da Firma Vervloet Irmão & Cia, sediada nas proximidades do Porto, o movimento dessa firma que já era expressivo, tornou-se gigantesco.
Todas as grandes firmas, nacionais e estrangeiras, faziam questão de mandar seus representantes ao Estado do Espírito Santo para atender em primeiro lugar às Firmas: Vervloet Irmão & Cia , Franz Muller Cia e Frederico Ewald & Cia na cidade do Porto de Cachoeiro, subestimando até Vitória, capital do Estado do Espírito Santo.
A aliança comercial da Firma Vervloet Irmão & Cia, era tão grande que seria impossível relacionar todos os nomes que encontrei nos seus livros contábeis.
Citarei, apenas, alguns nomes para provar a veracidade daquilo que afirmo:
Lippian Winenberg Cia. = Machine Cottons Ltda. = Fruixet Cia = Leipzig brinquedos = Societies A.E.Emile Laport Cia = Westphalen Bach Cia = Hasenclaver Cia = Establesments Bloch = Sundt Brothers Cia Ltda. = Luckhaus Cia. = Mothers Cia. = Seabra Cia de Tecidos. = Herm Stoltz Cia. = Arbuckle's Cia. = Hard Rand Cia. = G.Roubach Cia. = Cia Meck Imp. de São Paulo. = Werner Becker Cia. = Cia Ind. Mercantil C.Fracalanza. = Cia Cervejaria Brahma. = Cia Paulista de Louças e Cerâmicas. = Cia. Manufatora de Biscoitos. = S.A. Moinho Paulista. = Cia. Mercantil Brasileira. = Cia. Antártica Paulista. = Com. e Indústria Souza Moschese = Cia G. Manufatora de Ternos. = Gramado Cia = Cia Souza Cruz = Arens Langen Cia = Sotto Maior Cia = Davidson Pullen Cia = Silveira Sampaio Cia = Cia Mercantil Brasileira = Vivacqua Irmãos Cia = Frederico Bayer Cia = José Neffa Irmão Cia = Elias Miguel Cia = Linck Antunes Cia = Cruz Lemos Cia = Maciel Dantas Cia = Prado Cia = Silveira Machado Cia = Antenor Guimarães Cia = Guimarães Filho Cia = J. Dantas Cia = Victor Talking Machine Company (distribuidores exclusivos dessa firma) e muitíssimas outras empresas.
Obs. Os nomes das empresas citadas acima estão escritos exatamente como o contador da firma Vervloet Irmão & Cia os escreveu nos livros contábeis. Apenas os transcrevi.
A empresa mais citada nos livros contábeis é : Vivacqua Irmãos Cia. fazendo-nos acreditar que era com essa empresa que os Vervloet mantinham maiores negociações, no nosso Estado. (acredito que no comércio interno de café – com finalidade de exportação).
A firma Vervloet Irmão & Cia também era, distribuidora de um vinho alemão que engarrafado no Brasil, levava o nome de Vinho Jeronymo.
Tinham correspondentes em Hamburgo, principal porto da Alemanha, que se encarregavam de todas as compras no mercado europeu.
Através desse porto, a firma Vervloet Irmão & Cia importava da Europa, todos os tipos de utensílios domésticos, ferramentas, tecidos, bebidas, instrumentos musicais, comestíveis, rendas finas, porcelanas de Sévres, de Limoges, de Macau, brinquedos, perfumes franceses, máquinas de costura, máquinas falantes (vitrolas a corda), artigos de utilidades pessoais como roupas, chapéus, sombrinhas, guarda-chuvas, bolsas, sapatos, ternos, mais: cristais da Bohemia, pianos, móveis, vinhos: alemães, franceses e portugueses; frutas frescas importadas da Bélgica (uvas, pêras, maçãs), doces cristalizados, frutas de Natal (nozes, avelãs, amêndoas, tâmaras e uva- passa): relógios Cuco e carrilhões, máquinas fotográficas Kodak, etc...
Essas mercadorias chegavam em navios até o Porto de Vitória. O transporte até Santa Leopoldina era feito através das canoas da Cia. de Navegação Fluvial, cuja concessão já haviam obtido do Governo do Estado. De Santa Leopoldina para Luxemburgo, Suíça e Santa Teresa essas mercadorias eram transportadas através de tropas, até a construção da estrada ligando o Porto a Santa Teresa.
Nessa época, Jeronymo Vervloet já formava uma verdadeira potência financeira. Era progressista, amante de melhoramentos e de novidades. Atuava no comércio varejista e atacadista no Estado do Espírito Santo - Brasil e dedicava-se com intensidade à exportação de café.
A matriz da empresa Vervloet Irmão & Cia, localizada em Santa Teresa , transformada em filial, já estava sob a direção de seu filho mais velho, José Eugênio Vervloet, então, com 24 anos.
Enquanto isto Jeronymo Vervloet preparava seus filhos mais novos para assumirem a direção da Matriz em Santa Leopoldina. Transcorrido algum tempo, percebeu que seu filho Francisco Alfredo Vervloet, embora o mais novo dos três, era o filho que mais se identificava com o trabalho administrativo da empresa. Os outros dois filhos, João Jeronymo e Victor Hugo, preferiam atuar na administração das fazendas e na compra de café. Gostavam de se sentir livres, viajando incessantemente.
Após estar convencido de que seu filho caçula, Francisco Alfredo Vervloet, seria a melhor escolha para administrar a Matriz, nomeou-o Gerente Administrativo. Em Santa Teresa , seu filho José Eugênio Vervloet, já dirigia brilhantemente suas atividades comerciais e recusava-se a sair daquela cidade. Por essa razão, começou a prepará-lo para o substituir na Política de Santa Teresa, assim que fixasse residência definitiva no Porto de Cachoeiro – Município de Santa Leopoldina – Estado do Espírito Santo – Brasil, fatos que serão relatados na página que dedicarei a José Eugênio Vervloet.
Enquanto isso, Jeronymo Vervloet não desistia de seu sonho de interligar por via terrestre os municípios de Santa Leopoldina a Santa Teresa. Construindo essa estrada de rodagem, cortando as regiões montanhosas, facilitaria todo o transporte de cargas e passageiros através de veículos motorizados. Esse seria um desafio maior do que aquele já conquistado, ainda no Século XIX, quando conseguiu a concessão do Governo do Estado para explorar o transporte fluvial através da Cia de Navegação Fluvial de Santa Leopoldina. As negociações com o Governo do Estado prosperavam a cada dia e a construção da mesma seria executada unindo forças com Franz Muller & Cia. e Frederico Ewald & Cia. Infelizmente veio a doença que não o permitiu realizar o maior dos seus sonhos.Porém, Deus permitiu que ele assistisse aos casamentos de todos os seus filhos, antes de falecer.
JOÃO JERONYMO VERVLOET foi o primeiro filho a contrair núpcias. Casou-se com ERMÍNIA GASPARINI, na data de 06-10-1900, na vila de Santa Teresa, na casa das audiências do Governo Municipal.
Ermínia Gasparini era filha de Epiphanio Gasparini e Catharina Tamanini, ambos naturais da Itália.
João estava com a idade de 24 anos e Ermínia, com 17 anos.
JOSÉ EUGÊNIO VERVLOET casou-se com ANSELMA BROILO de descendência austro-italiana, filha de Fortunato Broilo e Bárbara Ceola., na data de 07-09-1901. Bárbara Ceola, mãe de Anselma, era filha de Domingos Ceola e Elizabeth Tomasi, ambos já falecidos na Itália, naquela época.
Casaram-se na residência de seu pai ,o Coronel Jeronymo Vervloet e o casamento foi oficializado pelo primeiro juiz distrital em exercício, Sr. Antônio Perini e o oficial privativo do Registro Civil, Helvídio Fialho de Menezes. Testemunharam esse casamento o Tenente-coronel Carlos Avancini e o cidadão José Reisen, com 25 anos.
José Eugênio Vervloet estava com a idade de 27 anos e Anselma Broilo com 20 anos.
Nessa época, quem levava o título (patente) de Coronel da Guarda Nacional era seu pai Jeronymo Vervloet.
Carlos Avancini – Tenente-coronel e Fortunato Broilo – Capitão.
(Esses dados foram retirados da certidão original de casamento de José Eugênio Vervloet.)
EUGÊNIA VERVLOET casou-se com JOSÉ JOAQUIM GOMES, de descendência portuguesa, no mesmo dia e hora que seu irmão José Eugênio Vervloet, ou seja, na data de 07-09-1901.
VICTOR HUGO VERVLOET casou-se com LAVÍNIA GASPARINI, de descendência italiana, na data de 30-07-1904. Casaram-se na sala do Governo Municipal de Santa Teresa, estando no exercício de Juiz distrital o cidadão Luiz Muller. Victor Hugo com a idade de 25 anos e Lavínia com 18 anos.
Lavínia era irmã de Ermínia já casada com João Jeronymo Vervloet.
Observar que esses quatro casamentos foram realizados no período em que o Coronel Jeronymo Vervloet ocupava o cargo de Presidente do Governo Municipal de Santa Teresa.
AMÉLIA IDA VERVLOET casou-se com o engenheiro FRANCISCO TAUMATURGO DE FARIA. A certidão desse casamento não foi encontrada nos cartórios de Santa Teresa e Santa Leopoldina.
LÚCIA VERVLOET casou-se com o negociante da praça do Rio de Janeiro, LUIZ TEYKAL. Essa certidão de casamento, também, não foi encontrada nos cartórios de Santa Teresa e Santa Leopoldina.
FRANCISCO ALFREDO VERVLOET casou-se com JÚLIA RIBEIRO DE BARCELLOS, na data de 18-02-1911, na cidade do Porto de Cachoeiro, comarca de Santa Leopoldina. Ele com 28 anos e ela com 22 anos. Casaram-se em sua própria residência à Avenida Dr. Paulo de Mello, ás seis horas da tarde. O casamento foi oficializado perante o Coronel Duarte de Carvalho Amarante, Juiz de Direito suplente em exercício pleno. Foram testemunhas: Dr. Antônio Pedro da Silveira e José Joaquim Gomes.
IDA LUÍSA VERVLOET casou-se com o advogado ANTÔNIO PEDRO DA SILVEIRA, na data de 27-05-1911 na residência do Coronel Duarte de Carvalho Amarante, Juiz de Direito suplente. Foram testemunhas desse casamento: Dr. Paulo Júlio de Mello e Waldemiro Fredesse da Silveira. Ela com 19 anos e ele com 22 anos.
Também casaram-se na cidade do Porto de Cachoeiro, comarca de Santa Leopoldina.
CARLOTA MARIA VERVLOET, a filha caçula do casal,, casou-se com o cirurgião dentista, OTTO EWALD JÚNIOR, na data de 29-03-1913. Casaram-se na residência de seu pai Jeronymo Vervloet, às quatro horas da tarde, na cidade do Porto de Cachoeiro.Esse casamento foi oficializado pelo Dr.Manoel Xavier Pás Barreto, Juiz de Direito daquela Comarca com a presença do Oficial de Registro Civil, Joaquim José do Nascimento.
Testemunharam esse casamento: Francisco Alfredo Vervloet e Walter Garbe.
Carlota e Otto tinham a idade de 21 anos.
Deus concedeu a Jeronymo Vervloet o privilégio de poder assistir aos casamentos de todos os seus filhos.
Após o casamento de sua filha caçula, Carlota Maria, Jeronymo Vervloet começou a sentir os sintomas da doença que o levaria á morte, impedindo-o de realizar o maior dos seus sonhos, que seria unir os dois Municípios por via terrestre, nos quais havia passado 54 anos de sua existência, no Brasil.
Falar sobre Jeronymo Vervloet é uma missão quase impossível, tal a dimensão que ele alcançou pela força do seu trabalho e pelo poder das suas atitudes progressivas.
Homem de personalidade forte, determinado na realização dos seus projetos, buscava sempre grandes empreendimentos. Sentia um enorme prazer em valorizar os Municípios onde mantinha residência fixa. As cidades do Porto de Cachoeiro e Santa Teresa eram abrigadas com carinho em seu enorme coração.
Conseguiu em vida elevar a cidade de Santa Leopoldina como a mais progressista cidade do Estado do Espírito Santo – Brasil – sobrepujando inclusive, Vitória, Capital do Estado. Tudo aquilo que fazia ou realizava estava sempre ligado ao bem-estar dos habitantes dessas regiões.
No coração só abrigava bondade. Deixou registrado com sua própria letra, no último livro contábil da Firma Vervloet Irmão & Cia, o tamanho de sua bondade de coração. Com ele, gastava muito pouco ou quase nada. Todas suas anotações eram comerciais. Mantinha como clientes quase todas as famílias desses dois municípios. Vendia praticamente fiado, recebendo com o pagamento do café colhido pelos colonos. Nas 590 páginas desse livro contábil, só encontrei a anotação de compra de um cavalo de raça para uso próprio e inúmeros registros de compras de libras esterlinas.
Quanto aos gastos que fazia para auxiliar irmãs e filhas, não impunha limites.
Suas filhas Amélia, Lúcia, Ida e Carlota eram sempre beneficiadas com dinheiro vivo e com depósitos feitos em seus nomes na Caixa Econômica Federal.
Suas irmãs, também, eram ajudadas, principalmente Eugênia, casada com Luiz Holzmeister e Amélia, já casada em segundas núpcias com Ernesto Herzog.
Tudo que consta nesse livro contábil, leva-me a concluir que, enquanto Jeronymo Vervloet, permaneceu vivo, seus filhos Francisco Alfredo, João Jeronymo, José Eugênio e Victor Hugo, trabalhavam com o pai mediante uma retirada mensal de 2.000$000 contos de réis e mais participação de 5% sobre os lucros da Firma Vervloet Irmão & Cia.
Com relação às retiradas mensais de seus filhos, quero que todos saibam que estas são deduções minhas, mediante a análise que fiz neste livro.
Jeronymo Vervloet não era apenas bondoso com sua família. Era um homem extremamente tolerante no recebimento das dívidas contraídas pelos colonos em sua firma. Em muitos casos, ele preferia coloca-las no Livro Negro da Firma, dando-as como perdidas ao invés de perseguir os devedores com cobranças insistentes. Somente em empréstimos muito elevados ele exigia hipoteca.
Dotava sua família de todo o conforto possível. Amante da música, foi o primeiro que importou pianos para suas residências de Santa Teresa e Santa Leopoldina. Todas as suas filhas estudaram piano tendo como professora a pianista Luiza Rudio. Seus filhos viajavam constantemente para o Rio de Janeiro e São Paulo, cidades onde seus tios Victor e João Vervloet, residiam. Seu filho José Eugênio, foi o único que viajou para a Europa, quando acompanhou seu tio Victor Vervloet na busca de casamento. Sua mulher Ida Barth, viajava muito para a Europa, chegando a passar um ano consecutivo na Alemanha, sua terra natal. Ele próprio, viajou apenas duas ou três vezes para a Europa, quando ia manter contato com seus correspondentes em Hamburgo, Alemanha. Viagens comerciais. Viajava muito para Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo, porém sempre a negócios.
De todos os belgas, acredito que Jeronymo Vervloet tenha sido o mais amado e respeitado por toda a família. Esteve sempre presente na vida de todos os seus familiares, até a sua morte.Também era muito amado pelas classes menos favorecidas, a quem ajudava em silêncio.
Sua morte prematura, ocorrida em 20-05-1913, aos 64 anos causou comoção na família e na população dos municípios de Santa Leopoldina e Santa Teresa. Faleceu às 21:30 horas em conseqüência de infecção estreptocócica, conforme atestado de óbito assinado pelo Dr. Francisco de Almeida. Foi sepultado no cemitério da cidade de Santa Leopoldina aos dias 21-05-1913, acompanhado de um grande cortejo. Todos os familiares e amigos, autoridades governamentais e municipais, profissionais liberais, grandes empresários dos Municípios de Santa Leopoldina, Santa Teresa e Vitória estiveram presentes para levar-lhe seu último adeus, contrastando com a classe humilde que, maciçamente compareceu ao sepultamento para levar a Jeronymo Vervloet os agradecimentos àquele que sempre consideraram seu benfeitor e amigo.
Nosso GRANDE GUERREIRO BELGA/BRASILEIRO, partiu, levando consigo a certeza do dever cumprido.Como seu pai e seu irmão João, deixou-nos como exemplo de que é possível crescer e vencer sem ostentação, baseado nos princípios da honestidade, da justiça, da caridade e da humildade de coração.
A Bélgica deve se orgulhar pelos feitos dos seus filhos Vervloet e o Brasil agradecer-lhes pelo grande progresso que trouxeram para o Estado do Espírito Santo.
Os Vervloet procuraram elevar, com o êxito do seu trabalho, os lugares onde viveram justificando o que disse Calderon, um grande pensador: “ não é o lugar que eleva o homem, é o homem que eleva o lugar com o seu trabalho e os seus exemplos”.
QUE A SUA VIDA SEJA UM EXEMPLO, JERONYMO VERVLOET, PARA TODOS OS SEUS DESCENDENTES DIRETOS E INDIRETOS, MAS, PRINCIPALMENTE PARA MIM, SUA BISNETA E GRANDE ADMIRADORA.